A construção da Escola de Referência de Agrestina, localizada no Agreste de Pernambuco, continua paralisada desde 2022, transformando-se em um símbolo do abandono e da má gestão dos recursos públicos. O que deveria ser um espaço de ensino para centenas de alunos, hoje serve como ponto de descarte de lixo, consumo de drogas e prostituição, segundo relatos de moradores da região.
A obra, que segue o padrão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), estava prevista para ser concluída há mais de dois anos, mas permanece inacabada e sem qualquer previsão oficial de entrega. Estruturas inacabadas e mato alto denunciam o abandono, enquanto a comunidade local lamenta a insegurança e a falta de perspectivas.
“É revoltante. Ao invés de servir para educação, a escola virou motivo de medo. De noite ninguém passa por aqui com tranquilidade”, conta uma moradora do bairro, que prefere não se identificar por medo de represálias.
Apesar do estado de deterioração, a Prefeitura de Agrestina só voltou a se movimentar em relação à obra recentemente. No último dia 25 de abril de 2025, foi aberto um novo processo licitatório por meio de pregão eletrônico (Processo Nº 026/2025, Pregão Eletrônico Nº 015/2025 PMA), cujo objetivo é contratar uma empresa de engenharia especializada para a execução do “saldo remanescente” da construção da escola de 12 salas. O investimento estimado é de R$ 5.663.124,89, conforme previsto no Termo de Compromisso nº 201801929-1.
Mesmo com o novo processo em curso, moradores questionam a demora e cobram mais transparência por parte da gestão municipal. “Falam em licitação, mas ninguém sabe quando essa obra vai ser retomada de verdade. Enquanto isso, nossos filhos continuam sem escola”, reclama outro residente.
A situação da escola não é apenas uma questão de infraestrutura abandonada, mas também um reflexo do descaso com a educação e com o bem-estar da população local. A comunidade aguarda respostas concretas e, sobretudo, ações imediatas para garantir que o espaço volte a cumprir seu verdadeiro papel: formar cidadãos e transformar vidas.
Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura de Agrestina não respondeu aos questionamentos da reportagem sobre os prazos para a retomada e conclusão da obra.