Nem todo cidadão sabe, mas parte da mídia que circula elogiando ações de governos pode estar, na verdade, recebendo dinheiro público para isso. Em Agrestina, a equipe do #FalaAgrestina foi atrás de informações e descobriu que o município tem destinado recursos a veículos de comunicação que prestam serviços de divulgação institucional muitas vezes com um viés positivo e sem qualquer crítica à administração municipal.
Esses pagamentos são legalmente registrados como “serviços de publicidade oficial”, e os dados estão disponíveis no Portal da Transparência da Prefeitura. De janeiro a abril de 2025, foram identificados 11 empenhos no valor de R$ 1.390,00 cada, totalizando R$ 15.290,00 apenas nesse período, para um único veículo de comunicação.
Os empenhos fazem parte de um processo realizado conforme solicitação da Comissão Permanente de Licitação, e a justificativa é a divulgação de atos e ações do governo. No entanto, a falta de contraponto, críticas ou reportagens aprofundadas por parte de certos canais de mídia levanta uma reflexão importante: até que ponto a informação que chega ao cidadão é imparcial?
A contratação de mídia por prefeituras é legal e prevista em lei, desde que haja licitação e transparência. Porém, o problema começa quando a linha editorial se molda ao valor do contrato e deixa de lado seu compromisso com a verdade dos fatos.
Essa relação entre poder público e veículos de comunicação acende um alerta sobre a necessidade de fortalecer o jornalismo independente e fiscalizador, especialmente em cidades do interior, onde poucos meios dominam a informação e parte da população não tem acesso a dados detalhados sobre os gastos públicos.
O #FalaAgrestina continua monitorando os repasses feitos a empresas de comunicação ao longo do exercício de 2025, e reforça seu compromisso com a transparência, a independência editorial e o direito do cidadão à informação honesta, crítica e verdadeira.